às vezes me sinto uma pessoa anestesiada, do tipo "o-que-não-tem-remédio-remediado-está"... porque quando vejo que algo não tem solução, passo a agir como se aquilo não existisse... e deixo pra lá... sem pensar, sem sofrer...

o Antonny uma vez me disse que seria feliz vivendo no interior, sem ao menos energia... nesse dia um "plim" ecoou na minha cabeça e eu percebi que sou justamente o oposto: essencialmente materialista e capitalista... mas ao mesmo tempo desprendida... ainda que paradoxo.

compro felicidade em cada cd, cada livro, cada dvd que adquiro... encapo alguns encartes, regulo o empréstimo dos preferidos... mas se um arranhão inutilizar o meu mais raro dvd do Travis, vou acabar deixando pra lá... e pensar como se ele nunca tivesse pertencido a mim.

como os 140 reais que paguei pelo mp3 player que nunca recebi (pelo mercado livre). claro que eu nem achava mais que o cara ia devolver o dinheiro, e o que eu podia fazer? (além de mandar mil emails pra ele e até, quem sabe, entrar em contato com o site...) ia chorar por isso? não! esquecer... e pensar como se esse dinheiro nunca tivesse existido...

agora minha melhor amiga está de mudança. e não menciono esse fato por ela, já que ainda vai morar em Teresina... falo pela casa mesmo... porque desde que nos conhecemos, me sinto mais à vontade lá que na própria casa onde moro... porque são incontáveis as coisas que realizei, aprendi ou simplesmente me dei conta lá dentro...

é impagável a memória viva que aquelas paredes representam da minha adolescência.

mas a casa foi vendida... e por mais que eu saiba o quão triste é esse fato, "i don't care". anestesio-me novamente... e volto a agir como se nada estivesse acontecendo.